Defraudação Emocional
Olá, tudo bem?
O conceito de defraudar é comumente usado em relação ao pagamento de impostos e tributos. Quando um cidadão deve pagar uma certa quantia de dinheiro ao fisco em conceito de impostos e, porém, evade a sua obrigação de pagamento, poderá ser acusado de defraudação. O delito de fraude está previsto no Código Penal.
Mas a defraudação pode acontecer nos mais variados ambientes, desde no âmbito familiar, entre amigos, conhecidos ou até mesmo no ambiente de trabalho.
No contexto bíblico, entende-se por defraudar quando, por exemplo, um casal de namorados passa a fazer carícias um ao outro, mas não culmina em sexo. Seguindo o preceito de sexo apenas após o casamento. Então acontece a defraudação pois existe a excitação, mas não a consumação.
Há na bíblia um texto que fala sobre a defraudação como o ato de despertar o desejo sexual numa pessoa de sexo oposto, mas sem que se possa satisfazer esse desejo, então ocorre a defraudação, ou seja, priva-se a pessoa daquilo. A religião cristã descreve como pecado o ato de defraudação.
Mas há, nesse caso também, a que é chamada “defraudação emocional” que é quando uma pessoa faz com que a outra passe a amá-la, só que essa pessoa não supre o amor. Isso faz com que a pessoa se machuque e até mesmo não ofereça mais espaço em sua vida para o amor.
Defraudar pode ser o que sente uma pessoa quando não cumpriu com o que se esperava dela ou não esteve à altura das expectativas: “Ao abandonar os meus estudos, sei que defraudei os meus pais”, “Estava convencido das minhas capacidades, nunca pensei que fosse defraudar todos os que confiaram em mim”.
Há defraudação emocional em cada canto, em cada época de nossas vidas. Promessas não cumpridas, desejos não realizados, amores pela metade.
Onde você identifica a defraudação emocional em seus caminhos? Buscou a realização ou se contentou com o “não”, com o obstáculo, com a regra que não teve coragem de romper?
Muito existe de defraudação unilateral. Mas por que alguém permite que haja a defraudação consigo? Porque não temos o controle de tudo. Principalmente de emoções. Nossas e dos outros. Na maioria das relações humanas, damos muito mais do que recebemos. Mas não nos cabe cobrar do outro a atenção que julgamos merecer ou o amor que supostamente nos foi prometido. Viver é assim. Aceitar que nem tudo vêm às nossas mãos como sonhamos. A defraudação não é karma ou castigo. Simplesmente acontece. E nem sempre é proposital. É humano e, na maioria das vezes, involuntário.
Vamos tentar viver sem tanto julgamento e cobranças. Ninguém suporta o vitimista que se considera sempre esquecido, subjugado, menosprezado, trocado por outro, enganado, traído. As coisas simplesmente acontecem ou não. Você mesmo pode ter vontade de ir a um lugar e, no portão de casa, mudar de ideia. Talvez frustrando outra pessoa que o esperou para um encontro ou reunião. Mas não deu vontade de ir. De se comprometer. Ficou com preguiça. Colocou na balança e não viu algo que pendesse para a saída. Ou simplesmente não quis dar o seu tempo ao outro.
Não se cobre. Nem cobre do outro. Seja maduro. E não saia por aí despejando futricas ou grosserias por causa das defraudações emocionais. Siga em frente. Desapegue. Evolua. Aceite que nem tudo é maravilhoso. E que algumas coisas ou pessoas talvez não sejam para você. Talvez estejam no destino de outros.
Um beijo, Leticia.